A Princesa e a Ervilha
Era uma vez um príncipe que queria casar com uma princesa — mas tinha de ser uma princesa verdadeira. Por isso, foi viajar pelo mundo fora para encontrar uma, mas havia sempre qualquer coisa que não estava certa. Viu muitas princesas, mas nunca tinha a certeza de serem genuínas havia sempre qualquer coisa, isto ou aquilo, que não parecia estar como devia ser. Por fim, regressou a casa, muito abatido, porque queria uma princesa verdadeira.
Uma noite houve uma terrível tempestade; os trovões ribombavam, os raios rasgavam o céu e a chuva caía em torrentes — era apavorante. No meio disso tudo, alguém bateu à porta e o velho rei foi abrir.
Deparou com uma princesa. Mas, meu Deus!, o estado em que ela estava! A água escorria-lhe pelos cabelos e pela roupa e saía pelas biqueiras e pela parte de trás dos sapatos. No entanto, ela afirmou que era uma princesa de verdade.
— Bem, já vamos ver isso — pensou a velha rainha. Não disse uma palavra, mas foi ao quarto de hóspedes, desmanchou a cama toda e pôs uma pequena ervilha no colchão. Depois empilhou mais vinte colchões e vinte cobertores por cima. A princesa iria dormir nessa cama.
De manhã, perguntaram-lhe se tinha dormido bem.
— Oh, pessimamente! Não preguei olho em toda a noite! Só Deus sabe o que havia na cama, mas senti uma coisa dura que me encheu de nódoas negras. Foi horrível.
Então ficaram com a certeza de terem encontrado uma princesa verdadeira, pois ela tinha sentido a ervilha através de vinte edredões e vinte colchões. Só uma princesa verdadeira podia ser tão sensível.
Então o príncipe casou com ela; não precisava de procurar mais. A ervilha foi para o museu; podem ir lá vê-la, se é que ninguém a tirou.
Aqui tem uma bela história!
Hans Christian Andersen
Fonte: http://guida.querido.net/andersen/conto-01.htm. Acesso em 25 de feverieo de 2013.
Características das narrativas
O termo “narrar” vem do latim “narratio” e quer dizer o ato de narrar acontecimentos reais ou fictícios. (…) Praticamente todas as obras narrativas possuem elementos estruturais e estilísticos em comum e devem responder a questionamentos, como: quem?, que? quando? onde? por quê? Vejamos a seguir:
• Narrador: é o que narra a história, pode ser onisciente (terceira pessoa, observador, tem conhecimento da história e das personagens, observa e conta o que está acontecendo ou aconteceu) ou personagem (em primeira pessoa; narra e participa da história e, contudo, narra os fatos à medida em que acontecem, não pode prever o que acontecerá com as demais personagens).
• Tempo: é um determinado momento em que as personagens vivenciam as suas experiências e ações. Pode ser cronológico (um dia, um mês, dois anos) ou psicológico (memória de quem narra, flash-back feito pelo narrador).
• Espaço: lugar onde as ações acontecem e se desenvolvem.
• Enredo: é a trama, o que está envolvido na trama que precisa ser resolvido, e a sua resolução, ou seja, todo enredo tem início, desenvolvimento, clímax e desfecho.
• Personagens: através das personagens, seres fictícios da trama, encadeiam-se os fatos que geram os conflitos e ações. À personagem principal dá-se o nome de protagonista e pode ser uma pessoa, animal ou objeto inanimado, como nas fábulas.
Fonte: http://www.brasilescola.com/literatura/genero-narrativo.htm. Acesso em 25 de fevereiro de 2013.
EXERCÍCIOS
Após ler o texto “A princesa e a ervilha” e as características das narrativas, escolha as alternativas corretas de acordo com o texto:
1) Podemos dizer que o rei, o príncipe, a princesa e a rainha são os personagens desse conto pois
(A) eles escreveram a história.
(B) eles vivem no mundo real.
(C) eles moram em um palácio.
(D) eles vivem as ações da história.
2) O resumo do conto na ordem em que aparecem no conto está na opção
(A) Um príncipe queria se casar com uma princesa de verdade. Retorna ao palácio triste. Os dois se casam. Percorre o mundo e não consegue ter certeza de que as princesas são de sangue real mesmo. A rainha testa a suposta princesa por colocar uma ervilha embaixo de vinte colchões. A moça amanhece com nódoas negras na pele. Durante uma tempestade aparece no castelo uma jovem se dizendo ser princesa.
(B) Um príncipe queria se casar com uma princesa de verdade. Durante uma tempestade aparece no castelo uma jovem se dizendo ser princesa. Retorna ao palácio triste. A rainha testa a suposta princesa por colocar uma ervilha embaixo de vinte colchões. Os dois se casam. A moça amanhece com nódoas negras na pele. Percorre o mundo e não consegue ter certeza de que as princesas são de sangue real mesmo.
(C) Um príncipe queria se casar com uma princesa de verdade. Percorre o mundo e não consegue ter certeza de que as princesas são de sangue real mesmo. Retorna ao palácio triste. Durante uma tempestade aparece no castelo uma jovem se dizendo ser princesa. A rainha testa a suposta princesa por colocar uma ervilha embaixo de vinte colchões. A moça amanhece com nódoas negras na pele. Os dois se casam.
(D) Um príncipe queria se casar com uma princesa de verdade. A moça amanhece com nódoas negras na pele. Percorre o mundo e não consegue ter certeza de que as princesas são de sangue real mesmo. Retorna ao palácio triste. A rainha testa a suposta princesa por colocar uma ervilha embaixo de vinte colchões. A moça amanhece com nódoas negras na pele. Os dois se casam. Retorna ao palácio triste.
3) Os trechos abaixo provam que esse conto foi narrado em terceira pessoa: “…foi viajar pelo mundo afora…”, “… Viu muitas princesas…”, “ … regressou a casa…”. Assinale a opção em que todas as frases estão em primeira pessoa
(A) “… fui viajar pelo mundo afora…”, “… Viu muitas princesas…”, “ … regressou a casa…”
(B) “… fui viajar pelo mundo afora…”, “… vi muitas princesas…”, “… regressei à casa…”
(C) “… fui viajar pelo mundo afora…”, “… vi muitas princesas…”, “ … regressou a casa…”
(D) “… fui viajar pelo mundo afora…”, “… Viu muitas princesas…”, “… regressei à casa…”
4) As palavras “Era, tinha, foi viajar, havia, Viu, parecia, regressou” , retiradas do primeiro parágrafo do texto, possuem a função de marcar
(A) a passagem do tempo.
(B) o lugar onde aconteceu a história.
(C) quem conta a história.
(D) quem escreveu a história.
5) As expressões “mundo fora, regressou a casa, bateu à porta, quarto de hóspedes, a cama, o museu” são responsáveis por indicar ao leitor
(A) quem conta a história.
(B) a passagem do tempo.
(C) quem escreveu a história.
(D) os espaços em que ocorreram as ações do texto.